A cabra da montanha

A cabra da montanha é uma espécie, que embora se veja entre nós às paletes, começaram a aparecer faz coisa de um ano. Esta espécie faz-me espécie, pois não compreendo de onde surgiu. Penso que tenha sido originária da Parede. Foi uma frente que começou pelas "wanna be betas", mas como não tinham dinheiro para tal, tinham que recorrer a roupas de inferior qualidade, portanto mais baratas. Este movimento teve tamanha adesão que passado pouco tempo teve um efeito contrário. Foram as verdadeiras betas que aderiram a este movimento. Esta "contra-cultura", começou com poucas aderentes (Ana Rita, Mónica da Feira e Claudete Amaral) moradoras do prédio Topázio cujas mães eram manicures naquela zona. As suas idades compreendiam entre os 15 e 17 anos e ainda estudavam. Como disse, esta espécie, não provinha de famílias abastadas, portanto tinham de recorrer a roupa e calçado barato. Vamos então descrever a sua indumentária. Para os cabelos optaram por um ar selvagem já que cuidar dos cabelos requer algum dinheiro para se gastar em cremes além dos do Lidl. Sendo assim, conforme se levantavam era conforme os cabelos ficavam. Como acessórios primavam as malas da Bershka ou da feira de Carcavelos a 5 euros(actualmente os malões da H&M e Pull&Bear). Usam tb pulseiras de latão ou de madeira, tudo o que tenha ar de artesanal. Os óculos de sol enormes, são os da H&M (não falha), aqueles do tempo em que a sra. dona Amália Rodrigues ainda conseguia dizer uma frase inteira ou então os Ray-Ban (imitação). As unhas, sempre bem pintadas mas de cores berrantes (de alguma coisa vale terem mães manicures). A parte de cima do tronco era composta por uma t-shirt rosqueira, nojenta, que provavelmente se encontra nos ciganos ou em outlets da zara e afins. As verdadeiras betas (as que têm pilim) usam túnicas estampadas ao invés das túnicas básicas mas coloridas que as pobretanas usam. Na parte de baixo optavam por comprar calças azul turquesa que se podem encontrar na H&M e feira de Carcavelos. Como são baratas e chamativas ao mesmo tempo, de certo que não passariam despercebidas. E agora porque é que se chamam Cabras da montanha?? Vem aí a resposta! Como não podiam gastar dinheiro em timberlands, esta espécie preferia os ténis de montanhismo da Berg, já que é uma marca relativamente barata. "Não sei porque é que estas CABRAS que me desarrumam a loja toda acham que estes ténis de montanhismo ficam bem com a indumentária delas!" pensei eu. E foi assim que me lembrei de as denomear por Cabras da Montanha. Mas continuei sem perceber o que é que aqueles ténis brutos tem a ver com as malas todas pipis e as túnicas estampadas. Não entendo. Mas as senhoras por acaso vão a alguma festa na montanha? Vão fazer uma visita social à piquena Heidi? Não sei. Só sei que o movimento se alastrou por todo o país. As verdadeiras betas queriam ser rebeldes, irreverentes, muito à morangos com açúcar. Então é vê-las no bairro alto, Loft e Garage a apanharem grandes bebedeiras. No bairro é vê-las com o belo do copo de cerveja que é sempre giro. Pior, pior é quando já estão a beber cerveja pelo gargalo. Ah e a fumarem ganzas porque são umas rebeldes. As quatro da manhã é ver os papás no carro à porta do loft para irem bucar as meninas que apanharam mais um pifo. "É da idade", desculpam eles. De tarde, a vida delas destina-se a ir em rebanho aos centros comerciais e desarrumar tudo. Na sua gíria reina o bué, e asneirada a torto e a direito pois está claro! A não ser que estejam com os papás pois são rebeldes mas não tanto!