sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Ora então sejam bem-vindos a mais um blog entre os milhares já existentes! Este não é o meu blog original, já tenho um blog pessoal onde me identifico, mas este blog , por razões que irão entender posteriormente, vai ter um autor anónimo (eu), ou não identificado, como preferirem. Este blog tem um motivo para a sua existência muito lúdico: educar mulheres, já que não se sabem comportar no que toca a compras, saldos e afins. Conseguem ser mais selvagens que os bárbaros!

Eu trabalho naquelas lojas de multinacionais e afins tipo Zara, Pull and Bear, Bershka e afins, e vejo os comportamentos mais bizarros que não consigo guardá-los só para mim. Há coisas que têm que ser partilhadas.
Já se devem ter questionado a origem do nome do blog, o que tem uma explicação muito simples. Sou homem, hetero e trabalho numa loja de roupa pois tenho de pagar os meus estudos e tive de aprender a lidar da pior forma com o sexo oposto, no seu pior habitat (loja de roupa). Agora imaginem o que é um homem que não sabia distinguir uma t-shirt de uma sweat, ter que lidar com roupa interior feminina… Foi um choque. Terrível. E ao mesmo tempo que nós, homens, não conseguimos viver sem as mulheres, também as passamos a odiar a partir do momento em que trabalhamos numa loja de roupa. São o nosso amor e os nossos inimigos.
Posso então começar por vos contar como foi a minha primeira entrevista para a loja.
Cheguei ao balcão da loja e identifiquei-me e expliquei à menina que ia para a entrevista. Encaminharam-me então para uma sala onde me esperava uma responsável que me ia fazer a entrevista. Quando lá chego deparo-me com uma rapariga alta, morena, cabelos compridos, tipo avião. Ela e outra muito gira pediram-me para me sentar e apresentaram-se muito simpaticamente. Confesso que fiquei bastante intimidado. A rapariga era mesmo boazona. Mesmo como eu gosto, bonita alta e magra tipo manequim. Pensei logo “ui, isto começa bem, estou a gostar”.
Fizeram-me aquelas perguntas básicas tipo “o que é que farias se a loja estivesse um caos e cheia de gente, o que é que achas prioritário, o que farias se um colega teu roubasse algo, estás disposto a trabalhar até às tantas.” Quando me fui embora ainda dei um olhinho numas peças de roupa e a rapariga, que hoje é minha chefe de secção passou por mim. Os seus cabelos esvoaçavam e enquanto tudo em nosso redor continuava no seu ritmo normal, ela conseguia por magia andar em câmara lenta, tipo uma filme de adolescente norte-americano.
Enfim, lá passei na primeira fase e no dia seguinte chamaram-me para falar com a gerente da loja. Cheguei à loja e deparei-me com uma mulher! Mulher no verdadeiro sentido da palavra. Alta com curvas acentuadas, cabelo comprido e muito bem vestida. Corei, confesso, o que não é fácil, dado que sou mulato. Entrei na sala para falar com ela, super simpática, não era portuguesa, mas também não interessava nada. A mulher tinha um sex appeal que eu não sei. A senhora emanava sexo por todos os seus poros. E tinha um sorriso maroto. Pôs-me super à vontade, falou de si, perguntou-me sobre mim e fiquei contratado na hora. Fiquei deveras contente, pois era uma loja que eu gostava bastante, 70 porcento das minhas roupas eram de lá e o desconto até vinha a calhar. Só tinha uma preocupação. Iria ser explorado até não poderem mais. Sair tarde e a más horas sem me pagarem, trabalhar que nem um galego… Tudo isto até não foi a parte pior como eu pensava. Não me pagam mal, até é uma das empresas que paga melhor, a politica da empresa é óptima, têm-nos como uma peça HUMANA fundamental para o seu lucro e dão-nos espaço para mostrarmos o que valemos. Podemos fazer de tudo. Desde mudar a disposição da loja a executar tarefas que deviam ser feitas por tesoureiros, etc. Resumindo, confiam em nós e não nos vêm como algo descartável. Quanto às horas que ficamos a trabalhar até tarde, raramente acontece, e se acontece é só alguns minutos. E os nossos chefes são impecáveis, com uma capacidade de liderança exemplar. Estimulam-nos e fazem-nos sentir vitais. E também nos dão imensa formação. Temos formação de tudo e mais alguma coisa. É claro que nesse âmbito não posso entrar em muitos pormenores, pois não posso expor a empresa, como devem perceber. Parece as sete maravilhas não é? Mas digo-vos já que não. Há um factor fulcral nisto tudo. São os nossos clientes. Esses são uns chatos de primeira e é preciso ter muito cuidado em como abordá-los. E é sobre isso, basicamente que vos vou falar neste blog! Portanto, esperem para lerem. Acho que vão gostar. Eu gosto. É que se não fossem estas iguarias que se passam dentro duma loja de roupa, o meu trabalho iria ser muito entediante.

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